No livro de Habacuque 3.2, temos registrada a famosa oração do profeta, que diz: “Aviva a tua obra, ó Senhor”. Foi um clamor genuíno do profeta feito ao Senhor em meio a um tempo de crise.
Contudo, não era só o profeta quem queria o avivamento. Deus também desejava realizá-lo, assim como continua querendo em nossos dias. Ele não quer uma igreja fria.
Em Apocalipse 2.4,5, o Senhor afirma estar contra a igreja de Éfeso, porque ela haver abandonado seu primeiro amor. Demonstrando que a igreja estava em falta, Deus a aconselhou a voltar depressa aonde havia caído, a fim de que houvesse conserto. Que amor é esse? É aquele comparável ao que sentimos no início de um relacionamento amoroso.
Pensar em avivamento sempre nos remete a um sentido de um movimento mais coletivo, mas, se estudarmos um pouco sobre os avivamentos que aconteceram ao longo da história, descobriremos que um fator comum entre cada evento é a necessidade de passarmos por um avivamento individual antes.
Viver um avivamento é viver um tempo de cura para a igreja. Muitas vezes, em períodos de crises e perseguições, a igreja experimentou de maior crescimento, pois havia um fogo do Espírito que os movia e o fazia avançar.
Por conseguinte, podemos entender que ser avivado é preparar um caminho para que o Senhor se manifeste, pois, ao falar profeticamente sobre o ministério de João Batista, o profeta Isaías predisse que o caminho do Senhor deveria ser preparado para o tempo de sua manifestação (Is 40.3-5). Nosso trabalho é preparar o caminho buscando a presença do Espírito Santo, pois ele é quem, dentro de nós, faz com que a presença do Senhor seja manifesta, atraindo mais pessoas para a presença de Deus e para o lugar de encontro com Ele.
O avivamento é necessário para todos nós porque temos vivido em uma época que a igreja passa por uma forte uma crise de proporções mundiais. A falta de doutrina cresce a cada dia, não obstante ainda termos uma parcela significativa de igrejas que só crescem numericamente, sem qualquer crescimento bíblico. De um lado, temos igrejas lotadas, mas que não têm Palavra; de outro, há igrejas que prezam pela Palavra, mas não têm poder de atração para que outras pessoas sejam atraídas; de um lado, temos líderes cheios de carisma, mas sem caráter nenhum; de outro, temos líderes que têm muito caráter e doutrina, mas são extremamente indiferentes; tudo isso sem falar naqueles cristãos que falam muito bem das Escrituras, mas não vivem o que pregam; bem como aqueles que conhecem a letra, mas não o poder de Deus.
Jesus nos advertiu que erramos em não conhecermos as Escrituras e seu poder. Perceba que ele não disse uma coisa ou outra, mas sim as duas. Cristãos precisam conhecer as Escrituras e o seu poder.
É preciso ressaltar, ainda, que verdadeiro avivamento não é uma obra meramente resultante da programação que a igreja adota para atrair as pessoas. Colocamos todos os esforços para tocar diversos tipos de música, para convidar irmãos famosos, porque assim pensamos que vamos crescer. Por que temos igrejas assim, que acabam ficando lotadas, mas sem um traço de avivamento sequer? Porque são igrejas que não confrontam o pecado e tudo o que geram não passa de um ambiente de acomodação.
Por outro lado, há muita confusão também em achar que, havendo dons e sinais, ali já há uma resposta de avivamento. De fato, uma igreja avivada manifesta sinais e maravilhas, mas muitos têm deixado de buscar o fruto do Espírito, que é o que caracteriza a verdadeira espiritualidade de uma pessoa, não apenas os dons. A maior manifestação do Espírito é gerar o caráter de Cristo em nós. O que Deus quer são filhos semelhantes a Jesus, e isso só conseguiremos com o fruto. Quando deixarmos que o Espírito Santo guie nossas atitudes, nossas falas e nossos pensamentos, seremos enfim parecidos com Cristo.
A igreja de Corinto tinha muitos bons atributos, mas Paulo a chamou de carnal. Após ensinar sobre a função dos dons no corpo de Cristo, no final do capítulo 12, em 1 Coríntios, o apóstolo escreveu que falaria sobre coisa mais excelente em seguida, começando, assim, a falar da supremacia do amor em 1 Coríntios 13. O principal fruto do Espírito é o amor, pois quem não tem amor não vive. Essa é a característica fundamental de um verdadeiro avivamento.
O verdadeiro avivamento começa com quebrantamento, não apenas com celebrações e gritos. Há um arrependimento sincero e um choro por causa do pecado, no meio de pessoas avivadas. É o que a Palavra nos incentiva a crer, quando o Senhor promete reverter a maldição, caso o povo que se chama pelo nome dele ore, clame e se arrependa dos seus maus caminhos (2 Cr 7.14). Precisamos urgentemente assumir sinceramente nossos erros diante de Deus, para que Ele nos perdoe e transforme nossa terra.
Ademais, precisamos ter em mente que o foco principal de nossas súplicas deve ser o anseio pela presença do Senhor. Infelizmente, às vezes, parecemos apenas pedintes. É necessário orar adorando a Deus, cuja presença é o que nos basta. Na presença do Senhor, todas as coisas encontram seu lugar e o Espírito Santo faz com que as pessoas queiram se aproximar, gerando um crescimento numérico saudável. Afinal, como embaixadores do reino, estamos aqui para saquear o inferno, exercendo nossa função de agentes da reconciliação, levando os perdidos de volta para Deus.
Meu desejo é que todos nós sejamos cheios do Espírito, que voltemos ao primeiro amor, que aprendamos a amar como Cristo amou, que tenhamos ousadia para anunciar o evangelho e assim trazer a glória de Deus para nossas cidades, casas, famílias.
Alinhe sua vida com a Palavra, deixe definitivamente o passado para trás e seja reavivado na presença daquele que nos prometeu que nós o buscaríamos e o acharíamos quando o buscássemos de todo o coração.

Pr. Uziel Gonçalves